Festas infantis são feitas sempre aos domingos à tarde. Deve ser para que possamos usar aquela velha desculpa de que “amanhã é segunda, dia de São Pega”, e educadamente escapar daquela sessão de tortura.
A coisa já começa mal. Somos recebidos por um palhaço armado com uma buzina que é tocada sem parar e acompanhada por gritos de alegria. Mas esse palhaço está rindo de quê? Está usando uma roupa insuportavelmente quente e batom. Ganha pouco e apanha muito. Os chutes nas canelas são bênçãos quando pensamos na altura de uma criança de 5 ou 6 anos e no alcance do seu braço. Um soco de alguém desse tamanho com certeza vai acertar um lugar que vai doer muito.
Outro problema em festas infantis é que elas estão cheias de crianças. É preciso muito cuidado com estas pequenas criaturas. Apenas um momento de distração e você pode cometer seu maior erro, fazer contato visual com uma criança. Se ela perceber que você a está olhando, seu dia está condenado a um sem fim de “por quês?” e “tio, olha o que eu sei fazer”, ou “tio, olha o meu dente mole”, “tio, olha a casquinha da minha ferida”, esse tipo de assunto agradável.
Mas tudo tem seu lado bom. A quantidade de comida é uma maravilha. Menos o bolo, nunca coma bolo de aniversário! Pense na quantidade de minúsculas gotículas de saliva que o cobrem na hora de apagar as velinhas, ou quando todas aquelas pequenas bocas estão a poucos centímetros dele cantando alucinadamente “parabéns pra você”.
Coma torta fria, os pequenos ficam longe dela.

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