Poucas coisas conseguem colocar tanto medo em um homem quanto o fato de precisar ir ao mercado. As autoridades deveriam proteger o cidadão nesta hora em que ele tenta garantir sua sobrevivência comprando comida e outras coisas básicas.
A quantidade de opções na hora de se comprar papel higiênico, por exemplo, é uma tortura desumana. Fazer-nos ficar horas olhando logo para aquela prateleira. Se algum conhecido nos vê ali vai acabar descobrindo coisas íntimas, como o fato de irmos ao banheiro.
Na tentativa de escapar logo daquela situação vou eliminando alternativas. Os perfumados têm nomes como alegria da primavera ou explosão de frescor. Alegria, explosão e frescura são palavras que me causam certo desconforto quando relacionadas com o lugar do corpo aonde vou usar o papel, então fico com um sem perfume. Não sinto cheiro por lá mesmo.
Elimino aqueles que visivelmente vão me tirar a pele das partes e assim consigo ficar com apenas umas dez opções. Então o critério de desempate fica sendo o preço, escolho o mais barato.
Aí a coisa se complica. Existem rolos de 30, 60 e 90 metros, então pra saber qual o mais barato mesmo é preciso calcular o preço de cada metro. Então são 3 opções de metragem para cada uma das 10 opções finalistas, sendo assim é preciso fazer 30 cálculos para saber qual é realmente mais barato.
Depois de algumas horas no mercado pego o papel que está em promoção no meio do corredor e vou pra casa.

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