Faltando algumas horas pra fechar
a edição desta semana do jornal e lembrei que me esqueci de escrever minha
coluna. Parece bem ruim, mas como sempre tudo o que é bem ruim pode ficar bem
pior. Estou completamente sem ideia do que falar.
Não vou dizer que isso nunca
aconteceu comigo antes, até porque essa desculpa não convence ninguém. Uma hora
ou outra acontece com todo mundo, como quando aquela amiga chega e diz que
perdeu dois quilos. Mesmo querendo dizer que ela não perdeu, mas só procurou no
lugar errado e que se olhasse bem pra cintura iria encontrar, a gente pensa
duas vezes e fica no clássico “Ia mesmo te perguntar se tu tá malhando, tem
certeza que foram só dois?”.
Ou quando aquele amigo diz que
está desconfiado da mulher? Quando um homem fala isso pra outro é porque já
sabe que a vaca foi pro brejo, pra balada, pra gandaia, o que ele quer é que
lhe digam que isso é coisa que estão colocando na sua cabeça. Se ela trabalha
até tarde toda noite e chega em casa com o cabelo molhado é porque toma banho
no emprego pra chegar perfumada pra ele. E aquele colar que apareceu na gaveta
e parece caríssimo é só uma bijuteria bem feita. Até os camelôs evoluíram. E
afinal, pai é quem cria.
Pensando bem, esses momentos em
que ficamos sem saber o que dizer nos salvam a vida. Se todo mundo dissesse o
que realmente pensa, amigos seriam ainda mais raros. Amigos vivos seriam
raríssimos.

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